No dia 28 de outubro até 1 de novembro aconteceu a maior semana de moda do Brasil, São Paulo Fashion Week. Preparei um resumão com vídeos dos 5 dias de desfile. Confira!!
Animale
A Animale levou à passarela a top Karlie Kloss, que é também angel da Victoria's Secret. Junto com ela, outras tops cruzaram a passarela pela grife, como Ana Beatriz Barros, Aline Weber, Bruna Tenório, Cintia Dicker, Ana Claudia Michels e Alicia Kuczman. Notamos muito kilts, xadrezes, pregas e piercings dos punks que surgiram em detalhes diluídos. A estilista Priscilla Darolt também buscou elementos medievais, como os capuzes dos druídas, colocados em jaquetas tipo perfecto. Lãs não poderiam deixar de aparecer.
Uma Raquel Davidowicz
A grife Uma Raquel Davidowicz, por sua vez, trocou as tops por 24 bailarinos da São Paulo Companhia de Dança. Com coreografia de Rafael Gomes, direção de Inês Bogéa e trilha sonora do DJ Hisato, a apresentação teve foco no pós punk e retratou a baixa Augusta, rua de São Paulo. As peças usadas pelos bailarinos eram feitas de tecidos confortáveis, como tule estampado, veludo de seda, malha, crepe da chibé, tricôs de viscoso, lã, algodão e couro sintéticos.
Tufi Duek
Isabelli Fontana abriu o desfile da Tufi Duek, que apostou no preto, a cor que norteou a coleção desenhada por Eduardo Pombal para o inverno 2014, cuja inspiração vem da África dos anos 50 e 60 fotografada pelo malinês Malick Sidibé. Vermelho, verde, amarelo, marrom e off-white também coloriram a coleção.
Osklen
A Osklen levou o futebol para o SPFW, já no clima de Copa do Mundo. Os modelos entraram com vestidos e conjuntos verde ou vermelha de lã bouclé, mais retos ou de modelagem mais folgada.
Alexandre Herchcovitch
Herchcovitch abriu o dia com rendas e romantismo, que marcaram a coleção, que começou a ser pensada a partir de camisolas e de alfaiataria bem marcada. O resultado foi apresentado, no Theatro Municipal de São Paulo, em 35 looks, sendo os últimos quatro em parceira com Martha Medeiros, estilista especializada em rendas. Um deles foi desfilado pela amiga de longa data do estilista, a modelo e cantora Geanine, que usou um vestido de renda bege, regata em malha extrafina e calcinha em voil de algodão bordado. Não faltou também transparência usada sobre hot pants, como muito se viu nos desfiles internacionais.
Acquastudio
A Acquastudio traduziu bem sua inspiração nos anos 40 e colocou pitadas de sensualidade com peças transparentes inteiras ou em lugares estratégicos. Trouxe tanto vestidos mais secos quanto godês. Os modelos retos apareciam em vestidos e nas saias-lápis, lembrando a economia de tecidos necessária à moda durante os tempos de guerra. Mas os godês faziam referências ao New Look Dior, lançado em 1947, que se tornou a imagem dos anos 50. Uma das peças que promete ser forte na temporada também esteve presente: a pelerine.
Fernanda Yamamoto
O inverno de Fernanda Yamamoto tem como referência a feminilidade dos anos 50. Daí vêm as saias amplas de modelagem godê. Alguns vestidos vinham acinturados, mas a maioria dos looks eram amplos. Ombros arredondados e mangas largas, mas estruturadas também estiveram presentes. Nos casacos, modelagens nada justas. A grife apostou em estampas florais exclusivas, feitas com técnica de grafite pelo estudo My.s, das irmãs Maíra e Yara Fukimoto e Stephanie Marhihan, com técnicas de lápis grafite. O estúdio Black Madre do artista plástico André Maciel, trabalhou a técnica de aquarela. O resultado eram desenhos coloridos ou em preto e branco.
Vitorino Campos
Vitorino Campos levou camisas masculinas, pretas ou brancas, guiaram a coleção, que não deixou de ser feminina, como ele sabe fazer tão bem. Se as camisas vinham mais largas, e algumas calças também, os vestidos e saias acompanhavam a silhueta do corpo. O estilista baiano trabalhou com zíperes para fechar e abrir fendas das saias justas, com casacos longos e compridos, e com aplicações de acetado e cristal, criando impressões em relevo, no estilo 3D.
Juliana Jabour
Juliana Jabour explorou a pegada esportiva da moda. A estilista pegou o moletom, tecido que é sinônimo dessa tendência, e o transformou em material nobre, chique, sofisticado. Liso, quadriculado, com aplicação de foil metalizado, com tela aplicada ou com aplique de couro de phyton bordado davam o ar de sofisticação ao produto. Os blusões, as jaquetas bombers, os joggings entravam e saíam da passarela,. Alem das calças dos conjuntos esportivos, saias curtas evasés davam movimento às suas jovens meninas. Além do moletom, Juliana traduziu o universo esportivo também com couro matelassado, jacquards com cetim, neoprenes com estampas em tom de sépia, em looks finalizados com vidrilhos.
João Pimenta
Com João Pimenta, alças mais largas, algumas lembrando bombachas de gaúcho, não ajustadas embaixo. O estilista foi buscar referências ainda na imigração italiana do Sul do Brasil. Essa inspiração foi demostrada em peças de tricô manchadas como num tie-dye entre o off-white e o bordô, lembrando a fabricação de vinho. O bordô aparecia em looks inteiros, assim como derivações de beges e do off-white. O estilista mostrou ainda tramas exclusivas, feitas no tear com seda e algodão, ora mais rústicas ora mais delicadas. E o xadrez desenhado por ele, tendo como fundo o bordô, aparecia em três tamanhos, do lado de fora ou em detalhes como nas lapelas e na parte interior de pregas.
Forum
A Angel Candice Swanepoel abriu o desfile da Forum. O desfile começou com looks escuros, numa referência à noite de Sampa. Os paetês aplicados sugeriam o apagar e acender das luzes dos prédios. Nas estampas, fios emaranhados, camadas de papéis rasgados e desenhos da artista Carla Caffé, que revistou construções típicas da cidade, como o edifício Copan e os galpões industriais da avenida Presidente Wilson, paralela à avenida do Estado, na Mooca. Depois do início escuro, as roupas foram clareando até chegar a peças de amarelo vivo, como o sol a pino. Outras nuanças cromáticas de São Paulo surgiram: o cinza-escuro, cinza-claro, verde-café, lilás e off-white
Triton
A Triton, que teve na passarela Yasmin Brunet e Fiorella Mattheis, e na plateia Tatá Werneck, transitou do dark ao romântico, com leveza e delicadeza, passando pela onda esportiva que está forte no inverno. Isso na segunda parte do desfile. A primeira foi aberta com masculino pesado e modelos quase marchando. Na primeira parte, houve bons momentos com jaquetas em cinza e preto ou com estampas geométricas em vermelho e amarelo com preto. Os meninos também traziam jaquetas e casacos pesados, misturados a shorts usados com leggings, ambos estampados. O feminino começou com peças bem pesadas, que vinham com o viés forte de peças masculinas e sua alfaiataria inerente. Mas depois começou a ficar leve, com vestidos românticos, soltos, meio caídos, com aplicações de pedras e pérolas delicadas.
Cavalera
Com a Cavalera, um show de música árabe, com direito a show ao vivo de dançarinos, músicos e cantores da banda Mil e Uma Noites. No fim, dança de odaliscas com calças compridas e blusa com os penduricalhos típicos da dança do ventre e pocket show da cantora libanesa radicada no Brasil Sônia Attieh. Para traduzir tudo isso em moda, uma mistura de vestimentas árabes, com direito a véu cobrindo o nariz de alguma modelos, usados com bermudas e tecidos leves. Mistura de peças pesadas de couro, jeans ou lã, com corte de alfaiataria, ao lado de vestidos leves, esvoaçantes. Poucas estampas: a lâmpada de Aladin, a mão de Fátima, o camelo em aparições únicas. E estampa corrida de azulejos árabes em tons terrosos, do deserto. O esportivo, forte da estação, ganha elementos sofisticados e os blusões de moletons se transformam em vestidos curtos ou túnicas mais compridas.
Ellus
A Ellus prova com sua coleção de inverno 2014 que é possível se reinventar sem perder o DNA de vista. Com uma coleção em que o jeans, carro chefe da grife, aparece como protagonista, chamam atenção as lavagens brutas, as texturas – pele e lã de ovelha que reproduzem o efeito da neve – e a modelagem inspirada nas roupas de samurais. Bordados florais também enriquecem as peças, assim como os acessórios – botas com saltos metálicos e coturnos, que emprestam o peso certo aos looks.
Fause Haten
O que para a maioria das pessoas pode parecer muito, para Fause é sempre pouco. Roupa, para esse paulistano, significa exuberância. Quem procura o básico e o convencional pode ficar desapontado. Fause Haten teve: Muita cor, muito tecido, muito recorte tão estranhos quanto bonitos. E, para talvez ser irreverente, o estilista escolheu o endereço mais famoso de São Paulo, a avenida Paulista, número 2064.
Colcci
Todas as atenções do dia estavam voltadas para ninguém menos que Gisele Bündchen. Depois de dois anos longe das temporadas de moda nacionais, a übermodel brasileira voltou triunfante mostrando seu gingado e simpatia na passarela da Colcci. A top mais bem paga do mundo abriu o desfile com um conjunto de shorts, top cropped e casaco, tendências que marcam a linha esportiva adotada pela grife. Para fechar, Gisele usou um vestido curto, justo e decotado feito de lã e com textura gráfica. Alfaiataria, peças de modelagem inspiradas nos anos 90, conjuntos de moletom, blusões, jaquetas bombers e telas vazadas foram as peças mostradas.
Lino Villaventura
Lino Villaventura levou seres mutantes e um beijo na boca entre as modelos Alicia Kuczman e Isabel Hickmann para a passarela. Uma performance de pessoas em sofrimento deu início ao desfile, que depois foi invadido por divas que usaram looks com variados tipos de seda, desde a organza, até o tule e o cetim. Nervurados texturizados, patckwork, bordados em cristais Preciosa e muita transparência deram o tom do inverno do estilista.
Patricia Motta
A mineira Patricia Motta estreou no SPFW e levou para a passarela o couro com inspiração na molécula de gelo para criar vazados que pareciam mandalas. O couro apareceu em calças secas, saias-lápis, peças lisas e matelassadas, bordados e tricô manual. O lado esportivo da estação apareceu em blusões em conjuntos de joggins. Destaque para o branco, preto, nude, azul e vermelho.
Ronaldo Fraga
Ronaldo Fraga levou peças inspiradas na carne seca e no Nordeste brasileiro. As peças, 90% feitas de couro, vieram secas, retas, com saias coluna, camisas, blusas de cortes quadrados, calças mais curtas e silhueta menos curvilínea. Entre as cores, variações de tons terrosos, amarelo, verde e azul. Entre os acessórios, bolsa-cumbuca e bolsas-marmita.
Gloria Coelho
Depois de duas edições fora da semana de moda, Gloria Coelho voltou ao SPFW com vestidos que remetiam aos anos 60 com decotes profundos, vazados com tiras e pedaços de tecidos aplicados sobre tule ilusion. Vestidos curtos usados com legging e combinação de corpete e saia também apareceram. Jaquetas com mangas transparentes, aplicações de cristais e pulôveres que se misturam com tricô também estavam entre as peças para o inverno.
Pedro Lourenço
O estilo de Pedro Lourenço não muda, assim como de sua mãe, Glória Coelho, e de seu pai, Reinaldo Lourenço. Fiel a ele, o menino mostrou um coleção que faz com que as mulheres fiquem longilíneas e elegantes, sem exageros. Aliás, essa nunca foi a palavra de ordem de Pedro. Minimalista por natureza, ele trouxe tubinhos, saias-lápis, em comprimentos pelos joelhos, calças justas de cintura alta e blusas cropped. E casacos. Alguns deles entravam sobre o mesmo look apresentado um pouco antes. Ou seja, você vai a uma festa, mas esta frio lá fora, então chega com o casaco e, lá dentro, fica só com o vestido ou calça e a blusa. Alguns dos casacos vinham com maxiestampas de animal print na frente e lisos atrás, ou totalmente brancos.
Reinaldo Lourenço
Reinaldo Lourenço levou fitas para a passarela. Pretas, brancas, douradas, prateadas, metalizadas e estampadas, todas aplicadas sobre musseline e tule, formando um efeito gráfico inesperado. Inspirado nas francesas, o estilista, ex-marido de Gloria Coelho e pai de Pedro Lourenço, que desfilaram suas coleções no dia anterior, adotou a silhueta dos anos 20 com vestidos mídis ou longos, calças com comprimento curto e cintura baixa e saia-lápis, grande tendência da estação.
Têca
A estilista Helô Rocha levou estampas de flores e folhas art noveau para sua marca, a Têca. Vestidos esvoaçantes, longilíneos e meio etéreos continuam a dar cara às coleções da grife. Cores mais sóbrias, como verde, azul, marrom-terra e alaranjados são os mais presentes. Entre os tecidos, destaque sedas leves, plissados, texturizados transparentes e mantôs pesados. Como não podia ser diferente, pantalonas e jaquetas bombers deram o ar esportivo do desfile.
Samuel Cirnansck
Samuel Cirnansck encerrou esta edição do São Paulo Fashion Week com suas noivas-bonecas. Inspirado nas bonecas russas de porcelana, o estilista, especialista em roupas de festas e noivas, levou poderosos bordados à passarela, tudo sobre transparências leves por baixo. A sensualidade e feminilidade dos tules e véus tinham também uma pegada rocker, que era vista principalmente nos pés com botas de cano alto e salto fino.
Ufa!! Espero que tenham gostado, beijinhos!